FRANKESTEIN: O
DIREITO DE SER RECONHECIDO
Por Carlos Henrique Ferreira Nunes[1]
Olá, meus amigos e
minhas amigas. Lá vai resenha. Hoje, vamos conversar um pouco sobre uma obra
clássica – Frankestein – da autora Mary Shelley, que teve pai e marido escritores
(aliás, este último a incentivou a publicar a sua obra-prima).
O livro que li,
intitulado Frankenstein - foi publicado pela editora Martin Claret. O
mesmo tem 208 páginas, com introdução da própria autora, e questões para
resolução e interpretação no pós-texto. O texto é integral (completo), e conta
com tradução de Pietro Nasseti. Enfim, vamos à história.
O livro é entendido
como “romance de terror”, por conta da sua temática e pelo contexto do
romantismo (século XIX). Tem dois narradores principais que se revezam: o
protagonista – Dr. Victor Frankestein – e o próprio ser, o monstro criado por
ele. Fruto de estudos das ciências
naturais e da anatomia, mas, principalmente do “desejo do mundo” de buscar a
“vida eterna”, quando não é concedida por seu criador (Deus). A criação de
Victor, feita em laboratório, o assusta e ele foge. No entanto, o monstro o
perseguirá e exigir-lhe-á reconhecimento, como um filho perdido, que busca o
encontro com o pai. Victor o rejeita, e este irá se vingar. A fera criada pelo
cientista agora o persegue, e em seu caminho, acaba liquidando com a vida de
vários entes queridos e amigos de Victor. Ainda assim, a fera procura e promete
cessar as mortes se Victor der vida um cadáver tal com o fez em relação a ele,
ou seja, se ofertar uma esposa igualmente monstruosa com a qual possa viver
escondido nos confins remotos do mundo.
O não reconhecimento
por parte de Victor desperta uma fúria em Frankestein, que passa a segui-lo e o
faz sofrer, destruído aqueles que mais ama. A História se passa entre regiões
frias da Europa, em especial, a suíça, terra natal de Victor, e a Inglaterra,
para onde viaja a princípio, atrás de saberes sobre as ciências e no intento
inicial de satisfazer o desejo de Frankestein de ter uma esposa. Mas Victor,
após iniciar a obra a destrói na frente da criatura por ele concebida. Daí por
diante sua vida será de angústia e sofrimento. Victor irá gastar o resto de
seus bens e de sua força vital para caçar e matar “seu sonho realizado e transmutado
em pesadelo sombrio. Vamos a leitura? O
livro traz muitas reflexões sobre a condição humana, os cenários e costumes
europeus daquela época, bem como reflexões filosóficas sobre as quais deve-se
pensar o papel da ciência, da tecnologia e do próprio ser humano ao estudar a
origem da vida e sua manutenção.
Recomendo para todos
que gostam deste gênero (terror/suspense), de adolescentes a adultos. A
narrativa às vezes fica meio lenta por conta do excesso de descrição, porém,
compensa com um vocabulário rico, e por vezes até poético de algumas passagens.
Vale muita a pena
esta leitura. Abraços a todos!
[1] Prof. da escola Municipal João
Batista Pereira da Silva. Graduado em letras (Português/ Inglês; Especialista
em Língua Portuguesa e mestre em Educação.